Quinta-Feira, 02 de Maio de 2024

De 2023 para 2024:

Um memorial daquilo que permaneceu.


Publicada em 31/01/2024 às 22:21 - Atualizada em 31/01/2024 22:56



Por Esther R. A. Melo em Fé nas entrelinhas

“... e nosso coração é inquieto, até repousar em Ti.” – S. Agostinho


Vez ou outra minha mente volta-se para esta frase. Lembro da primeira vez que a li. A leitura foi feita de forma irrefletida, sem atentar-me para a grande verdade ali contida. Entretanto, quando finalmente li Confissões, essa frase atravessou o meu coração e nunca mais saiu dele.


Agora, a poucos dias do fim de mais um ano, esta frase ressurge com uma reflexão ainda mais significativa. Cada percalço que surgiu durante este ano, diferente de muitos outros, me fez ter mais ousadia na fé. Uma ousadia silenciosa, de me voltar e confiar muitíssimo mais no Senhor, agarrando-me à sua Palavra desesperadamente para não sucumbir frente à tantas batalhas internas e externas.


Dentre tantos bons acontecimentos vividos, nada foi melhor, maior e mais agridoce do que escolher permanecer nEle. Assim, caminhando à luz das Escrituras, ainda que algumas vezes sentisse que pisava em espinhos ao seguir em frente, provei de tantas bênçãos que já havia provado noutras vezes, embora com um novo olhar, afinal, a provação faz com que o nosso “paladar” fique mais apurado para nos deliciarmos com cada bênção.


Pude me esmerar em aprender a ser mais grata pelo Deus Provedor e por cada provisão dada no seu devido (e muito bem-vindo) tempo. Percebi que a abundância de vida que desejamos não é aquela que desfrutamos de um grande aporte de bênçãos que nos é dada de uma só vez, e sim pelo reconhecimento das graças já recebidas, pela confiança depositada no Senhor quando tudo não vai bem e aquilo que tanto pedimos sequer existe – ainda.


Atentei para o fato de que deveria ser mais misericordiosa, já que sou agraciada com um oceano de misericórdia dia após dia. E, não menos importanto, considerei a importância de ponderar cada palavra para ser um manancial de vida e não de morte fora um divisor de águas por aqui. Ser grata pela provisão como diária, como está eternamente gravado na oração ensinada por nosso Senhor Jesus: “o pão nosso de cada dia nos dai hoje...” Mateus 6:11.


2023 valeu. E valeu muito! Vale à pena deixar gastar-se pelo próprio Amor, o que comporta em uma entrega diária, profunda e até mesmo inocente, como a entrega de uma criança, que não mede consequências, por vezes não sabe o que lhe espera lá na frente, mas segura na mão de seu Pai e vai, porque O ama e confia nEle.

- Esther R. A. Melo
24 de dezembro de 2023


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Sobre o autor
Esther R. A. Melo
Cristã, escritora, advogada. Especialista em Direito Civil. Secretária-Geral da Comissão Especial de Direito e Liberdade Religiosa. Vivendo pela fé – e escrevendo sobre isto.
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