Não digo que aceite o dinheiro, para não fazer apologia ao crime. Mas, se receber, vote na oposição.
Publicada em 01/11/2020 às 11:57 - Atualizada em 01/11/2020 12:06
Desde o início da campanha eleitoral desse ano tenho ouvido em vários lugares o seguinte: “a prefeita está pagando R$ 50 por voto”, “o vereador vai dar tijolos para quem votar nele”, dentre outras falas que indicam a captação ilícita de sufrágio.
Pensando sobre isso, resolvi mostrar com um exemplo prático como nasce a corrupção. A compra de voto, de per si, já é corrupção. Mas, quero mostrar a consequência da corrupção durante o mandado.
A probabilidade de sucesso para um candidato que compra voto é grande, mas não é certa. Não digo que peguem o dinheiro, para não fazer apologia ao crime eleitoral. Mas, se pegarem, votem no candidato da oposição. Vou explicar o porquê:
Imaginemos uma cidade que tenha 22.885 eleitores.
Imaginemos agora que uma candidata (o) a prefeita (o) compre cada um desses votos por R$ 50 (cinquenta reais). Multiplicado o valor do voto por cada eleitor, teremos que ela gastará com sua campanha R$ 1.144.250 (um milhão, cento e quarenta e quatro mil, duzentos e cinquenta reais).
Imaginemos que o salário mensal líquido para prefeito da cidade é aproximadamente R$ 16.000,00 (dezesseis mil reais). Em um mandato, com 48 salários, receberá R$ 768.000,00 (setecentos e sessenta e oito mil reais).
Vejam que a diferença entre o que foi gasto e o que foi recebido com salários é de aproximadamente R$ 500 mil reais. Percebem que não dá para recuperar o dinheiro apenas com o salário?
Aqui entra a corrupção. Esta candidata (o) precisará superfaturar obras de escolas, creches, despesas com a saúde, tudo para que, na forma de propina, receba o dinheiro que gastou. Sem contar os empregos comissionados que terá de dar aos seus serventes de campanha, como forma de pagar os favores recebidos.
É matemática básica. Quem é corrupto no pleito, é também na gestão. Esse preço será cobrado do próprio povo que terá seus filhos com péssima educação, hospitais faltando materiais básicos, segurança zero, servidores escravizados, dentre tantas outros problemas tão conhecidos nossos.
Candidato comprou voto? Vai roubar!
