Sábado, 11 de Janeiro de 2025

Ciclo de debates sobre resíduos sólidos é concluído em Porto Calvo

No Norte do Estado, nenhum município dispõe de aterro sanitário


Por Severino Carvalho l Gazetaweb
Publicada em 01/10/2015 às 20:02


Sétima reunião aconteceu em Porto Calvo (Foto: Assessoria)

A Secretaria de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (Semarh) e a empresa Floram Engenharia finalizaram o ciclo de debates sobre a aprovação do Plano Estadual de Resíduos Sólidos (PERS). As discussões tiveram início no dia 22 de setembro e foram concluídas na quarta-feira (30), na sede da Central de Atendimento ao Cidadão (Já), em Porto Calvo, região Norte de Alagoas.

Após a sétima reunião, ocorrerá novo encontro no dia 16 de outubro, em Maceió, no Auditório da Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Estado de Alagoas  (FETAG), com os membros do Comitê Diretor de Resíduos Sólidos de Alagoas, para validação final do Plano Estadual de Resíduos Sólidos.

Com o PERS o governo tem como uma de suas prioridades a eliminação dos lixões em Alagoas. O trabalho desempenhado pela Semarh vislumbra implantar os aterros sanitários nas regiões que estão organizadas em consórcios em consonância com a sociedade.
De acordo com a Pesquisa Nacional de Saneamento Básico 2008, realizada pelo Instituto Brasileiro de

Geografia e Estatística (IBGE), sobre a disposição final de resíduos sólidos, 50,8% dos municípios pesquisados utilizavam lixões; 22,5%, aterros controlados e 27,7%, aterros sanitários.

No Norte do Estado, nenhum município dispõe de aterro sanitário. Criado para resolver o problema da destinação dos resíduos sólidos de 14 municípios da região, o Consórcio Intermunicipal de Desenvolvimento da Região Norte de Alagoas (Conorte/AL) não conseguiu avançar com as ações.

Na atualidade, os lixões localizados nos municípios da região Norte estão fora de controle. Em Porto Calvo, a montanha de lixo afeta um remanescente de mata atlântica, à margem da AL-465. Em Maragogi, córregos que deságuam no Rio dos Paus são impactados.

Cronograma

Como uma maneira de compartilhar e validar o planejamento para viabilizar a construção dos aterros, a Semarh organizou um cronograma de sete reuniões públicas abrangendo todas as regiões do Estado: Sertão, Bacia Leiteira, Agreste, Sul, Zona da Mata, Metropolitana e Norte – onde foram apresentadas as Metas de Gestão de Resíduos Sólidos.

Segundo consultor ambiental da empresa Floram Engenharia, Adelmo Mendonça, a melhor forma de trabalhar com o resíduo sólido é com a prática da coleta seletiva, porque parte substancial do resíduo é reaproveitada, diminuindo a quantidade direcionada aos aterros. E a informação deve ser repassada à população através da educação ambiental, capacitando-a.

Para o gerente da empresa Floram Engenharia, Augusto Braga, o maior desafio do plano, inclusive nacional, envolve a mudança de postura. “Hábito é questão de cultura, e cultura é um processo de transformação de médio a longo prazo. A pessoa deve saber reconhecer quando ela não gerencia o resíduo de forma adequada, qual consequência isso traz para a sociedade e qual consequência para a vida dela também, a partir desse desenvolver da consciência, sensibilizada com a causa, haverá a mudança”.

A diretora da secretaria de Agricultura e Meio-ambiente, Cleofas Cardinaly, traz a experiência de Porto Calvo como exemplo. “A secretaria tem realizado um trabalho minucioso com apoio do município e da usina Santa Maria para ensinar às crianças e adolescentes a importância da separação dos resíduos.

Mas onde melhor trabalhamos a conscientização da comunidade é na zona rural, porque na zona urbana percebemos maior resistência, o que era ensinado na escola era desconstruído pelos hábitos dentro de casa”.

Compareceram à reunião a vice-prefeita de Porto Calvo, Maria José de Melo; o gerente da Agência Reguladora de Serviços Públicos do Estado de Alagoas (ARSAL), Antônio de Pádua Lins; a engenheira ambiental da empresa Floram Engenharia, Estephany de Carvalho; representantes dos municípios de Campestre, Matriz de Camaragibe, Novo Lino, Fleixeiras, Maragogi, da Associação Milagrense de Turismo Sustentável (AMITUS) e da Usina Santa Maria


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