Com lotação acima da capacidade máxima, dispositivo de segurança foi acionado e amorteceu impacto no subsolo. Síndico do prédio vai contratar auditoria para apurar responsabilidades.
Por Vivi Leão, g1 AL
Publicada em 21/03/2023 às 17:52 - Atualizada em 23/03/2023 11:23
Um dos passageiros que estava dentro do elevador que despencou com 11 pessoas em um prédio residencial em Maceió, no domingo (19), falou ao g1 nesta terça-feira sobre o que aconteceu. Ele pediu para não ser identificado, por medo de sofrer perseguição na internet devido à proporção que o caso tomou.
"Lá de dentro [do elevador] não dava para saber o que estava acontecendo, foi realmente um susto muito grande, um impacto muito forte. Mesmo correndo o risco, a gente não esperava que isso acontecesse", disse.
Uma placa dentro do elevador alertava que a capacidade máxima era de 8 pessoas, mas 11 embarcaram no 10º andar do edifício para descer até o pilotis. A empresa responsável pelo elevador disse que o excesso de peso prejudicou o funcionamento do equipamento e acionou o sistema de para-choques, levando-os direto até o subsolo, onde o impacto foi amortecido por molas.
O vídeo da câmera de monitoramento que mostra os passageiros se apertando para entrar no elevador e também o momento do acidente viralizou na internet. Desde então, eles vêm sofrendo com os ataques na internet.
"O pior de tudo nem foi o impacto dentro da tragédia, mas foi a reação das pessoas. Muita gente caiu em cima, falou até que a gente deveria ter morrido, esse tipo de coisa", lamentou.
O passageiro conta ainda que os quase 10 minutos que ele e as demais pessoas ficaram presas dentro do elevador após o impacto foram instantes de agonia.
"A gente usou a força bruta para conseguir abrir a porta e assim que saímos, fomos para o hospital. Eu fiquei com falta de ar no momento, com dor na coluna e no pescoço. Lá dentro, a gente ficou sem saber o que estava acontecendo. Minha irmã foi quem se feriu mais, ela lesionou o tendão e os ligamentos dos pés", contou.
Na segunda-feira (20), o elevador do prédio foi interditado e coberto por uma lona. A interdição deve durar até que uma empresa contratada pelo condomínio realize uma auditoria para apurar as responsabilidades pelo acidente.