Domingo, 22 de Dezembro de 2024

Produtores de cana de AL calculam prejuízo de R$ 340 milhões por causa do excesso de chuva no estado

Setor também sofre com as pragas causadas pelas chuvas e escassez da mão-de-obra na colheita da cana.


Por G1 Alagoas
Publicada em 13/03/2023 às 18:24


Setor canavieiro em Alagoas enfrenta dificuldades com início da safra. Foto: Reprodução/G1 Alagoas

A safra 2022-2023 da cana-de-açúcar em Alagoas pode estar comprometida caso a chuva continue a cair com a mesma intensidade no estado. Os produtores calculam um prejuízo de mais de R$ 340 milhões. A condição climática atrasou a moagem. Com isso, dois milhões de toneladas de cana continuam no campo e podem deixar de ser colhidas.

"A safra desse ano é uma safra muito desafiadora, uma safra diferente dos últimos anos. Uma safra que nós estamos com dificuldade de colher. Está bem atrasada, já estamos no meio de março e ainda faltam de 2 a 3 milhões de toneladas de cana para retirar do campo. É uma situação bem preocupante porque foi um ano muito chuvoso, um ano que teve chuvas acima da média, um inverno que praticamente emendou no verão. A gente fica muito preocupado", disse Edgar Filho, presidente da Associação dos Plantadores de Cana de Alagoas (Asplana).

O período de moagem de cana no estado vai até o dia 31 de março. Porém, em 2023, o calendário pode se estender até a segunda quinzena de abril caso a chuva dê uma trégua. Se continuar chovendo, a moagem pode ficar para a próxima safra.

O excesso de chuva foi propício para a formação de um outro problema: a proliferação de pragas nas plantações, principalmente a da Cigarrinha, um inseto que se alimenta da base da planta, perto da raiz. Esse tipo de praga, além de dificultar a produção, também afeta a qualidade da cana.

"Nós tivemos muita praga esse ano. A questão da cigarrinha foi uma infestação que nós tivemos no estado nunca vista. A região Norte foi uma região muito atingida", explicou Edgar.

Outra questão levantada pelos produtores é a falta de mão-de-obra para colheita. Nos terrenos mais acidentados, com colinas, por exemplo, não é possível fazer a colheita utilizando máquinas e é preciso o trabalho manual. Segundo o presidente da Asplana, boa parte das pessoas que trabalhava no corte da cana está migrando para outras atividades.

"A mão-de-obra de cortador de cana, de pessoal para fazer nosso plantio tem diminuído bastante. Isso é uma coisa visíviel, bem comentada no setor, uma preocupação na questão de mecanização porque não temos ainda mecanização para fazer uma colheita em uma região de encosta".

Segundo Edgar, apenas 37% da área plantada no estado tem colheitadeira. São 73 equipamentos no total e que atende a uma demanda de 8 milhões de toneladas de cana. Alagoas tem 19 milhões de toneladas de cana para ser colhida.


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