Polícia Civil já ouviu mais de 40 vítimas no inquérito, mas estima que cerca de 200 pessoas tenham sido lesadas. Prejuízos são estimados em R$ 200 mil.
Por Cau Rodrigues e Erik Maia, g1 AL e TV Gazeta
Publicada em 02/02/2023 às 13:29
O advogado Wallace Miranda, que representa o produtor de eventos Felipe Lima, de 39 anos, preso pelo golpe da formatura na manhã desta quinta-feira (2), afirmou que seu cliente vai hipotecar uma casa da família para ressarcir os estudantes que pagaram por festas de formatura, mas não tiveram seus eventos realizados. Estima-se que o prejuízo seja de cerca de R$ 200 mil.
"Ele teve uma indisponibilidade financeira, pegou o dinheiro e fez movimentações erradas, infelizmente aconteceu. O filipe está hipotecando um imóvel que pertence à familia dele e vai cumprir com todas as obrigações, quem teve seus eventos cancelados vai ter a devoulação daquilo que foi pago, é só uma questão de tempo", afirmou o advogado.
A Polícia Civil ouviu mais de 40 pessoas no inquérito. Em depoimento, o produtor confessou que firmou contratos, mas que não conseguiu realizar os eventos. Segundo o seu advogado, Felipe não obteve vantagem ilícita.
"Ficou faltando organização por parte da empresa. O dinheiro era passado de uma turma para a outra na esperança de cobrir os custos das festas e depois repor o que foi gasto, mas foi se criando uma bola de neve", explicou o advogado Wallace Miranda.
As vítimas são alunos de escolas e faculdades que pagaram por formaturas e não tiveram os serviços prestados, além de estudantes que anteciparam pagamentos planejando uma festa no futuro, mas que temem que ela também não seja realizada.
“Os estudantes afirmam que foram lesados pelo produtor de eventos que recebeu para promover as formaturas, mas os bailes não foram realizados, bem como alguns outros estudantes revelam que já adiantaram valores e temem ficar no prejuízo porque não há saldo para que os eventos sejam realizados pelo investigado”, explicou o delegado Igor Diego Vilela, da Divisão Especial de Investigação e Capturas (Deic).
Felipe Lima foi preso de forma preventiva em Marechal Deodoro. Também foi cumprido mandado de busca e apreensão na residência do produtor de eventos no bairro do Feitosa, em Maceió, onde foram encontrados comprovantes de pagamento.
A casa na capital alagoana estava vazia e não havia indícios de que alguém estava morando no local. "Filipe não abandonou seu imóvel, ele foi para a casa do irmão com medo de ser linchado, porque já o ameaçaram na porta da casa dele. Para não correr risco, foi pra casa do irmão. Em nenhum momento foi efetuada fuga", justificou seu advogado.
A polícia informou que vai pedir à Justiça o bloqueio das contas bancárias e de patrimônio para que, caso seja encontrado algum bem, eles possam ser usados para ressarcir as vítimas.
Após ser interrogado formalmente, o preso deve ser indiciado pelo crime de estelionato e encaminhado para a Casa de Custódia, onde fica à disposição da Justiça.
