Alagoano teve luz de casa cortada aos 16 anos, mas continuou estudando sob a luz do poste na frente de casa. Bom desempenho na OBMEP lhe rendeu uma bolsa de estudos na FGV.
Por g1 AL e TV Gazeta
Publicada em 19/12/2022 às 17:06
Dos esforços de estudar no escuro quando ainda era adolescente, em 2018, até a realização de um sonho. Foi com esse foco que Wellington José da Silva Leite, de Maceió, conseguiu superar as adversidades. Agora, 4 anos depois, ele cursa o último ano de matemática aplicada no Rio de Janeiro e faz novos planos para o futuro: 'Vou seguir o sonho de criança de virar cientista'.
Quando tinha 16 anos, Wellington estudava na Escola Estadual Onélia Campelo, no bairro Santos Dumont, e se esforçava para ter um bom desempenho em olimpíadas de conhecimento. Conquistou a medalha de prata na Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (OBMEP) e a medalha de ouro na Olimpíada Alagoana de Matemática.
Filho de uma catadora de materiais recicláveis que não sabe ler nem escrever, ele sempre foi incentivado a se dedicar aos estudos, independentemente das condições. Mesmo quando teve a luz da casa cortada, o estudante insistiu no seu foco: estudar.
"Nada é empecilho para o estudo. O estudo é a base para tudo. Independentemente de onde seja, de quem seja, de classe social, estudo sempre vai dar um futuro melhor", disse Wellington Leite.
O esforço deu certo. O bom desempenho na OBMEP rendeu ao estudante uma bolsa de estudos no Centro de Desenvolvimento de Matemática e Ciências (CDMC) da Fundação Getúlio Vargas (FGV), no Rio de Janeiro.
"Hoje eu estou indo para o último ano do curso de matemática aplicada da FGV, e isso começou com aquela medalha, que me abriu várias portas, uma delas para um projeto do CDMC, que oferece bolsas e moradia para medalhistas da OBMEP, para estudar aqui em vários cursos", explicou.
Wellington reconhece que cada vitória é importante, mesmo que o trajeto seja longo. "Ainda falta um bocado, mas de passo em passo, vai dar tudo certo".