Por TNH1
Publicada em 29/11/2022 às 19:06
Nos últimos dez anos, a cratera na Rua Princesa Diana, no bairro do São Jorge, só aumenta e se aproxima de mais casas, provocando medo aos moradores do local. Diante da situação, e cansado de esperar por soluções do poder público, o mecânico Edvaldo Lopes dos Santos, de 42 anos, decidiu iniciar, por conta própria, uma obra arriscada, ao lado da residência onde mora. O objetivo é conter parte da barreira para evitar que o imóvel seja engolido pelo buraco.
Edvaldo contou que trabalha cerca de 11 horas por dia e ainda encontra tempo para realizar o serviço na cratera aos finais de semana. Mesmo exausto, o mecânico destacou que prefere passar horas na obra, para garantir um pouco mais de segurança para ele e para a família, do que esperar uma definição da Prefeitura de Maceió.
"Infelizmente o prefeito não faz nada aqui, eu não irei perder a minha casa pela irresponsabilidade dos outros. Estou fazendo aqui esse paliativo sozinho e espero que pare um pouco essa queda da barreira. Minha casa mesmo sendo simples custou meu dinheiro”, relatou o morador, que faz a obra sem qualquer tipo de proteção.
Ainda segundo Edvaldo, antes havia uma escadaria que dava acesso à população da comunidade ao local. Porém ela foi destruída com o passar do tempo e com a terra cedendo cada vez mais. Hoje, os moradores consideram que ficaram mais isolados.
A dona de casa Ana Paula Lopes, 35 anos, esposa de Edvaldo, destacou que a família mora na Rua Princesa Diana há quase 15 anos e citou a angústia nas noites de chuva. “Queríamos uma atenção maior aqui, já não temos uma creche para colocar as crianças e temos que passar por esse tipo de coisa. Eu só não voltei para o interior onde minha mãe mora, porque a casa dela é pequena”, relatou a mulher.
Ana Paula disse ainda que não pode fazer o cadastro da habitação na Prefeitura de Maceió porque nos registros do sistema foi informado que Edvaldo atua com a carteira de trabalho assinada e que por isso a família não se encaixava no padrão estabelecido para receber um apartamento pelo Município.
O casal reforçou que a Defesa Civil Municipal já foi acionada por diversas vezes para o local. O órgão, inclusive, já chegou a solicitar a saída de famílias da região, o que foi atendido por dezenas delas. Mas a família de Edvaldo e Ana Paula, assim como outros moradores que ainda residem na rua, buscam uma resposta sobre definições de possíveis trabalhos de reestruturação da localidade.
O que dizem os órgãos municipais - A reportagem entrou em contato com a Defesa Civil Municipal e teve a confirmação de que o órgão atendeu diversas ocorrências no local, como também houve o encaminhamento da situação para os setores responsáveis do município.
A Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seminfra) informou que já há um projeto aprovado para o local e que a obra deve ser iniciada em 2023.