Produto feito com ingredientes naturais foi distribuído para alunos e professores. Objetivo é diminuir o número de casos de doenças causadas pelo Aedes aegipti.
Por Adja Alvorável* e Clara Cataldo, g1 AL e TV Gazeta
Publicada em 17/11/2022 às 18:17
Para ajudar a diminuir o número de casos de doenças causadas pelo mosquito Aedes aegipti, alunos de uma escola particular de Maceió distribuíram repelentes naturais que aprenderam a fazer durante aulas de laboratório. Os produtos foram entregues nesta quinta-feira (17) a alunos e funcionários de uma escola no Vale do Reginaldo, no Poço.
Todo o trabalho é feito no laboratório da escola por sete alunos do ensino médio, orientados por professores. Para preparar o repelente, eles utilizam ingredientes que podem ser encontrados facilmente: álcool, água, óleo essencial, cravo da índia, citronela, capim santo e picão-preto.
A professora responsável pelo laboratório da escola, Márcia Albuquerque, explicou que ideia do repelente natural foi iniciativa de uma aluna.
"A aluna chegou até os professores e fez um questionamento: 'O que a gente pode fazer por uma região tão vulnerável?'. Aí, a grande questão: por que não usar as plantas e fazer repelente fácil, rápido e barato?".
Alunos de escola particular em Maceió preparam repelente natural — Foto: Reprodução/TV Gazeta
Com a chegada do verão, a preocupação com a proliferação do Aedes aegipti aumenta, já que temperaturas mais altas facilitam a reprodução do mosquito. Chuvas rápidas também são comuns nessa época do ano, o que pode gerar água parada, ambiente perfeito para a proliferação do mosquito.
De janeiro a novembro deste ano, foram registrados 13.251 casos de dengue, 5.588 casos de chikugunya e 92 casos de zika em Maceió, de acordo com a Secretaria Municipal de Saúde.
O Vale do Reginaldo é uma comunidade que apresenta saneamento precário, onde é comum encontrar focos de dengue. Pensando nisso, os alunos resolveram distribuir os repelentes feitos em laboratório para uma escola localizada na comunidade, além de ensinar como preparar o produto.
"Acho muito importante essa ação para a comunidade e para as crianças porque elas não têm condições de comprar repelente. Essa ação vai ser muito importante para a proteção delas e de suas famílias", disse Cristiane Vital, uma das professoras da escola que recebeu os repelentes.
Para os alunos que criaram, distribuíram e ensinaram a preparar o repelente, a ação é muito gratificante.
"Ajudar a comunidade é muito importante, principalmente uma comunidade vulnerável, que não tem acesso a repelente e sofre com o Aedes aegipti e a partir desse material que a gente encontra em qualquer lugar transformar em algo que vai ser útil para a comunidade", disse a aluna Maria Giulia Vieira.
Para a coordenadora pedagógica da escola, Joelma Luz Oliveira, a iniciativa contribui muito para formação dos alunos porque transforma o aprendizado adquirido em sala de aula em uma ação solidária.
"[O projeto] une o conteúdo teórico e prático [para] que o aluno perceba que a química e a biologia estão presentes no dia a dia. Juntando tudo isso, a gente pode agir de forma solidária, construir algo que a gente pode se elevar para fora do muro da escola e atender a comunidade de forma geral", disse a coordenadora pedagógica.