Polícia investiga grupo que emitiu mais de 5.500 notas fiscais falsas, causando prejuízos aos tesouros estaduais de AL e SP. Nos dois estados, são cumpridos 22 mandados de busca e apreensão.
Por Erik Maia, g1 AL
Publicada em 10/08/2022 às 18:49
Uma operação conjunta dos Ministérios Públicos Estaduais de Alagoas e de São Paulo, em parceria com a Receita Federal e com as Secretarias de Segurança Pública dos dois estados , deflagrada nesta quarta-feira (10), cumpre 13 mandados de busca e apreensão em Maceió e outros 9 em cidades da região metropolitana de São Paulo.
A operação investiga suspeitos de integrarem organização criminosa especializada no cometimento de fraudes societárias e tributárias que podem ter movimentado aproximadamente R$ 76 milhões de reais em notas fiscais falsas, causando prejuízos aos tesouros estaduais.
Os mandados foram expedidos pela 17ª Vara Criminal. Entre os mandados também há seis que determinam a instalação de tornozeleiras eletrônicas com raio restrito nos dois Estados, ou seja, eles não podem deixar os imóveis onde moram.
Além de expedir os mandados que estão sendo cumpridos na operação, a 17ª Vara Criminal de Alagoas também determinou o bloqueio de contas correntes de pessoas físicas e jurídicas totalizando mais de R$ 9 milhões, em espécie, e de bens móveis e imóveis dos investigados.
Em alguns dos alvos foram apreendidos documentos e dinheiro em espécie. Em apenas um dos alvos a polícia apreendeu mais de R$ 20 mil em dinheiro.
No bairro da Serraria, em Maceió, um dos mandados foi cumprido em um edifício empresárial onde funcionaria um dos escritórios investigados na operação, mas o local estava vazio (veja imagem abaixo).
De acordo com o Grupo de Atuação Especial de Combate à Sonegação Fiscal e Lavagem de Bens (Gaesf) do Ministério Público de Alagoas, as fraudes aconteceram por meio da emissão de mais de 5.500 notas fiscais fraudulentas, somando valores que se aproximam de R$ 76 milhões, através de pelo menos cinco empresas de fachada. Segundo o MP/AL, essas empresas apresentavam informações inverídicas relativas à propriedade e gestão. Os prejuízos causados por essas empresas estão sendo apurados pela Secretarias de Fazenda de Alagoas e de São Paulo.
Ainda segundo o MP/AL, o esquema criminoso contava com a participação de contadores, empresários, “testas-de-ferro”, “laranjas”. Além disso auditores fiscais estão sendo investigados pela prática reiterada de fraudes ligados ao fisco alagoano, onde receberiam propina, estimadas pelos investigadores em R$ 400 mil da empresa matriz paulista para que fizessem “vista grossa” sobre as fraudes.
A operação é chamada de Plástico Quimérico. O nome se refere ao fato de as empresas ligadas à organização criminosa simularem a venda de mercadorias inexistentes para a indústria de plástico.