Advogado do profissional de educação física disse que ele não queria que a discussão tivesse 'conotação homofóbica' e que ele vai participar de campanha contra homofobia junto à OAB-AL.
Por Roberta Batista, g1 AL
Publicada em 20/07/2022 às 19:45 - Atualizada em 21/07/2022 11:09
O personal trainer denunciado por homofobia dentro de uma academia na Pajuçara, em Maceió, se retratou com a vítima em uma reunião realizada nesta quarta-feira (20), intermediada pelos advogados das partes. Após a retratação, o empresário e produtor cultural Patrese Calheiros concordou em retirar a queixa.
Patrese denunciou à Polícia Civil e a a Comissão de Diversidade Sexual e Gênero da Ordem dos Advogados do Brasil seccional Alagoas (OAB/AL) que foi agredido verbalmente pelo personal trainer e que só não sofreu violência física porque o profissional foi contido. O empresário afirmou que, na discussão, o personal disse a ele "eu vou dar o que você quer, menina".
O advogado Robson Rodas Júnior representa o personal trainer, que não teve a identidade divulgada. Ele disse que o cliente não queria que a discussão com o empresário "tivesse conotação homofóbica".
"Eu, advogando para o suposto agressor, a vítima e a advogada dele participamos de uma reunião hoje no meu escritório. Depois de uma longa conversa, foi feita uma retratação pessoal, que também está sendo informada para a imprensa, com o intuito de explicar que houve uma discussão, mas sem o intuito de uma conotação homofóbica. Se a discussão teve tom de homofobia, foi sem intenção", disse.
O advogado afirmou ainda que o seu cliente "vai participar de uma campanha de conscientização com a vítima e a OAB para contribuir com a causa. Ele é contra homofobia, é a favor da causa", disse.
LEIA TAMBÉM:
O personal trainer não é funcionário da academia, mas treinava seus alunos nela por meio de serviço terceirizado. Após o g1 publicar reportagem com o relato da vítima, o agressor foi afastado da academia.
A advogada do empresário Patrese Calheiros, Elijanny Farias, confirmou que a retratação pessoalmente e pela imprensa e a participação do personal na campanha são suficientes para a vítima, que vai retirar a queixa.
Quando relatou as agressões ao g1, Patrese explicou que a intenção de tornar público o caso era para educar sobre a homofobia, que é crime no Brasil.
"O tom aqui é de querer educar, querer mudar esse sistema, tentar acabar com esse preconceito. Homofobia é crime", disse Patrese.