Sábado, 19 de Abril de 2025

Polícia apreende R$ 6 milhões em bens de grupo que aplicava golpe do consignado em Alagoas

Sede da empresa falsa funcionava na Rua Barão de Penedo, em Maceió.


Por G1 Alagoas
Publicada em 28/04/2022 às 18:30 - Atualizada em 28/04/2022 19:15


Carros de luxo foram apreendidos pela Polícia Civil durante operação em Maceió — Foto: Ascom

A Polícia Civil, por meio da Divisão Especial de Combate à Corrupção (Deccor), realizou uma operação em Maceió nesta quinta-feira (28) contra crimes de estelionato, lavagem de capitais e organização criminosa. Os integrantes do grupo criminoso são suspeitos de aplicar o golpe do empréstimo consignado em Alagoas.

Foram cumpridos mandados de busca e apreensão de bens estimados em aproximadamente R$ 6 milhões, além de R$ 100 mil em espécie. Entre os bens estão três carros de luxo, uma casa em um condomínio de luxo no bairro da Serraria e dois apartamentos de luxo, um no Farol e outro na Pajuçara.

Os alvos da operação são uma mulher de 51 anos, que chefiava o grupo criminoso, o marido dela, de 66 anos, dois filhos, um contador e laranjas que faziam saques do dinheiro resultante do golpe. Os nomes dos suspeitos não foram divulgados.

A polícia acredita que mais de 100 pessoas tenham sido vítimas do crime, e revelou que chefe da organização criminosa já atua desde 2005 em Maceió.

A ação foi comandada pelos delegados José Carlos, coordenador da Deccor e Lucimério Campos, titular da Seção Especializada no Combate a Crimes Contra a Ordem Tributária e Administração Pública (Secotap).

Policiais civis da Secotap, Núcleo de Inteligência (NI) da Delegacia Geral e do Tático Integrado de Grupos de Resgate Especial (Tigre) cumpriram, em seis locais em Maceió, mandados expedidos pela 17ª Vara Criminal da Capital.

A ação teve apoio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público do Estado (MPAL).

 

Golpe do empréstimo consignado

As investigações que duraram cerca de dois anos apontaram que o golpe era aplicado por meio da empresa MinasCred, localizada na Rua Barão de Penedo, em Maceió. O local funcionava como uma empresa de empréstimos consignados a pessoas físicas, principalmente a servidores públicos.

Segundo a Polícia Civil, servidores superendividados eram atraídos para conseguir empréstimos consignados, mesmo sem margem consignável, a fim de quitar débitos com bancos e correspondentes, sendo que tais serviços fornecidos pela líder da organização onerava excessivamente os clientes, que além de concordarem com negócios dos quais não tinham qualquer noção de valores e juros, ainda eram obrigados a fornecerem senhas, abrirem contas e assinarem papéis, tudo às cegas.

Ao recepcionar as vítimas endividadas e sem margem consignável, os integrantes do grupo as convenciam pagar uma taxa de serviço de 15% sobre as dívidas já contratadas para, em seguida, contratar novo empréstimo, cujo valor nunca chegava a essas vítimas.

O grupo criminoso definia valores a serem pagos para as vítimas. Para concretizar o golpe, eles diziam que liberariam a margem consignável, mas o novo empréstimo, com valores bem superiores, acabavam nas mãos dos golpistas.

Segundo o delegado Lucimério Campos, a estrutura da MinasCred era usada para essa transação e os valores eram creditados nas contas criadas apenas para receber o empréstimo. Em seguida, operadores da líder do grupo efetuavam saques e transferência para contas da estelionatária.

 

Vítimas podem procurar a Polícia Civil

O delegado Lucimério Campos disse ainda que, com a divulgação do caso, outras pessoas vítimas do golpe podem comparecer à Secotap, no Complexo de Delegacias Especializadas (CODE), no bairro de Mangabeiras, para prestarem esclarecimentos sobre os fatos, e seus casos serem também objeto de análise e investigação pela unidade especializada da Polícia Civil.


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