Segunda-Feira, 21 de Abril de 2025

Afundamento do solo: moradora do Pinheiro, em Maceió, é retirada de casa de forma involuntária

Imóvel em que a idosa morava corria risco de desabamento, mas ela se recusava a sair. Agentes da Defesa Civil e militares dos Bombeiros e do Gerenciamento de Crises participaram das negociações.


Por G1 Alagoas - Erik Maia
Publicada em 14/04/2022 às 17:34 - Atualizada em 16/04/2022 17:26


Defesa Civil informou que o imóvel apresentava danos estruturais severos — Foto: Polícia Militar

Uma moradora da Travessa da Lira, no bairro do Pinheiro, em Maceió, foi retirada de casa de forma involuntária nesta quarta-feira (13) por agentes da Defesa Civil Municipal e por militares do Gerenciamento de Crises.

A retirada foi necessária, segundo a Defesa Civil, porque a casa dela está na área delimitada para realocação devido aos riscos provocados pelo afundamento do solo, resultado da mineração de sal-gema, e apresentava problemas estruturais severos.

A mulher, identificada apenas como Natalícia, tem 76 anos e foi encaminhada para a casa de parentes. Ela agora passa a ser acompanhada por psicólogas e assistentes sociais.

O g1 questionou à Braskem sobre a inclusão da idosa no Plano de Compensação Financeira. A empresa não esclareceu o motivo de a proprietária do imóvel ainda não ter ingressado no plano, disse apenas que "apoiou a saída dela do imóvel, efetuando a embalagem de seus bens e o transporte para um guarda-móveis. Além disso, está oferecendo apoio e assistência até que seja encontrado um novo imóvel".

De acordo com a Defesa Civil de Maceió, 90 famílias ainda residem nos bairros afetados pela mineração. Por nota, o órgão informou que "enquanto as negociações ainda acontecem com a mineradora, a Defesa Civil monitora as áreas e, em caso de necessidade, como o da residência na Travessa da Lira, que apresentava risco iminente de colapso, realizará a retirada para preservar a vida do morador".

A Defesa Civil informou ainda que não há, no momento, outras retiradas previstas por risco de colapso das residências.

Os problemas com o afundamento do solo em Maceió ocorre nos bairros Pinheiro, Mutange, Bom Parto, Bebedouro e parte do Farol. As primeiras rachaduras surgiram no bairro do Pinheiro, após fortes chuvas em fevereiro de 2018. Ainda eram poucas, mas elas aumentaram quando um tremor de terra foi sentido em diversos bairros duas semanas depois, no dia 3 de março do mesmo ano.

Segundo a Defesa Civil de Maceió, aproximadamente 55 mil imóveis foram danificados e incluídos no último Mapa de Linhas e Ações Prioritárias, que define em quais áreas os imóveis devem ser realocados e em quais áreas o imóveis precisam ser monitorados de forma permanente.

De acordo com o Serviço Geológico do Brasil, o problema ocorre após décadas de mineração de sal-gema. O órgão apontou a Braskem como responsável pelo problema.


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