Colapso: moradores de São Luís do Quitunde denunciam crise da água

Se tem uma coisa que une as partes alta e baixa da cidade de São Luís do Quitunde, no Litoral Norte, é a insatisfação com a qualidade da água. O pedreiro Joaquim da Silva, 40 anos, é morador do Centro e diz que o problema é antigo: “Faz uns vinte anos que a água daqui foi ficando com gosto. Às vezes, não tem como beber”.
O técnico de água Fabson Lemos explica que a piora na qualidade da água se deve à falta de estrutura de abastecimento de água e pelas construções desordenadas na área urbana. A parte baixa da cidade é abastecida por poços artesianos. Mas, sem fiscalização e sem investimento, o solo vai contaminando até ficar imprópria. É uma questão de 16 anos, garante o especialista.
A crítica se repete na parte alta, que tem a água captada no Rio do Pau e levada à Estação de Tratamento. Moradores denunciam que a gestão da prefeita Fernanda Cavalcante (MDB) não deu atenção à política de águas. Líderes políticos da cidade reforçam a crítica: “As bombas não funcionam, os filtros não funcionam. A água não é tratada devidamente, muitas vezes não chega. E piora quando chove. Não é raro ver que ela não serve nem para lavar roupa”, declarou o ex-prefeito Júnior Pedro.
Sistema
Em São Luís do Quitunde, o sistema é municipal, executado pelo Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE), desde 1996. Metade da cidade não tem acesso ao saneamento básico e os únicos investimentos em abastecimento neste período foi de abertura de poços.
Governada pelo mesmo grupo político há quatro gestões, a cidade vai acumulando problemas também em questões de coleta de lixo, saúde e educação. Nos próximos dias, a reportagem contará os detalhes de cada área.

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