A acusação diz que a embarcação tinha segurança e que os envolvidos só visavam o lucro
Por AlaNorte Notícias com TV Mares Verde
Publicada em 06/12/2019 às 17:19
Cinco pessoas foram denunciadas por homicídio pelo Ministério Público de Alagoas, sendo três homens e duas mulheres, por suposto envolvimento na morte de duas cearenses na Praia de Maragogi, Litoral Norte de Alagoas, no dia 27 de julho deste ano. A denúncia saiu nessa quinta-feira (05) após quase seis meses do acidente.
De acordo com a acusação, os envolvidos “não investiam em segurança, não fornecendo coletes salva vidas aos passageiros e também lucraram com a superlotação” do catamarã onde Maria de Fátima Façanha da Silva, de 65 anos, e Lucimar Gomes da Silva, de 69 anos, morreram após a embarcação colidir contra uma pedra.
Em entrevista à TV Verdes Mares, o advogado das famílias das vítimas, João Rafael Furtado, defende que o MP/AL foi bem rápido. “O processo é complexo, mas ainda tem uma longa estrada pela frente. Falta a Justiça fazer o acolhimento da denúncia e instaurar a ação penal. No nosso entendimento, pela denúncia do MP, como houve um dolo, que vitimou fatalmente duas pessoas, deve ir a júri popular”.
Segundo a denúncia, no momento do acidente o catamarã levava 54 turistas e quatro tripulantes, quantidade acima da capacidade permitida. Testemunhas ouvidas relataram na Delegacia de Maragogi e na Capitania dos Portos que o porão da embarcação já apresentava quantidade de água anormal.
Ainda de acordo com o advogado, a empresa que prestava o serviço não tinha autorização para funcionar. “Estavam com as licenças canceladas, mesmo assim assumiram o risco para prestar o serviço, motivadas, muitas vezes pela ganância, e acabou gerando essa tragédia”, alega, afirmando também que não havia colete salva-vidas suficientes no barco.