Terça-Feira, 24 de Dezembro de 2024

Doença sexualmente transmissível se alastra e assusta médicos por resistência a antibióticos

Autoridades de saúde já trabalham na busca por novas diretrizes para evitar que o quadro torne-se um caso de emergência pública


Por O Povo Online
Publicada em 17/07/2018 às 15:31


Ilustração (Foto: Reprodução / Google)

Uma infecção sexualmente transmissível e ainda pouco conhecida poderá se transformar em uma superbactéria que poderá resistir a tratamentos feitos com o uso de antibióticos conhecidos, é o que alertam especialistas europeus.

A Mycoplasma genitalium (MG), como é conhecida, mostra-se resistente a alguns antibióticos, no Reino Unido. Autoridades de saúde já trabalham na busca por novas diretrizes para evitar que o quadro torne-se um caso de emergência pública.

O empenho é para identificar e tratar a bactéria de uma forma mais eficaz. Os especialistas também trabalham para estimular a prevenção, através do uso da camisinha.

A Mycoplasma genitalium (MG) é uma bactéria cuja transmissão pode ser feita por meio de relações sexuais com um parceiro (a) contaminado.

Nos homens, causa inflamação na uretra, levando a emissão de secreção através do pênis e podendo causar dores na hora de urinar.

Nas mulheres, causam inflamações nos órgãos reprodutivos (útero e as trompas de falópio), provocando não só dor, como também febre, sangramento e infertilidade, ou seja, dificultando a reprodução. 

A infecção, entretanto, nem sempre apresenta seus sintomas.

Podendo ser confundida com outras doenças que também são sexualmente transmissíveis, como a clamídia, que é mais frequente no Brasil.

Precaução

O avanço da Mycoplasma genitalium (MG) acontece principalmente no continente europeu. No Brasil, o Ministério da Saúde (MS) diz que realiza o monitoramento da bactéria, tanto pelo aumento do predomínio quanto pelo aumento da resistência antimicrobiana. 

A infecção por essa bactéria não é de notificação obrigatória no país, ou seja, as secretarias de saúde dos Estados e dos municípios não recebem nenhuma ordem que determine que os casos sejam informados. Assim, não há dados que indiquem quantas pessoas são atingidas.

De acordo com Ministério da Saúde (MS), estudos regionais mostram que ela é menos frequente que outros agentes, como a N.gonorrhoeae (bactérias responsáveis pela gonorrhoeae) e Chlamydia trachomatis (bactéria responsável pela clamídia). Quando não recebem o tratamento adequado, podem causar infertilidade, dores durante as relações sexuais, e outros danos à saúde.

No Reino Unido, o quadro é mais preocupante, de acordo com a Associação Britânica de Saúde Sexual e HIV  (BASHH, da sigla em inglês). A associação afirma que as taxas de erradicação da bactéria após o tratamento com um grupo de antibióticos conhecidos como macrolídeos estão diminuindo.

Orientações

Já existem testes para detectar a bactéria. No entanto, ainda não estão disponíveis em todas as clínicas da Inglaterra. Os médicos podem enviar amostras para laboratórios da Public Health England, a agência executiva do Departamento de Saúde e Assistência Social, para obter um diagnóstico.  

Peter Greenhouse, especialista em DSTs, orienta as pessoas que tomem precauções.

No Brasil, o Ministério da Saúde diz que "a realidade ainda é muito diferente da Inglaterra", mas que é necessário identificar os casos e tratá-los "para interromper a cadeia de transmissão".

"Vale destacar que a camisinha masculina ou feminina é fornecida gratuitamente pelo Sistema único de Saúde (SUS), podendo ser retirada nas unidades de saúde de todo o país", aconselha.


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